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Soja: veja o que esperar do mercado na próxima semana

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Dólar, coronavírus, compras de oleaginosa americana pela China e tudo o que você precisa manter no radar para aproveitar as melhores cotações.

Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural

A soja fechou a sexta-feira, 14, com preços mais baixos na Bolsa de Chicago e no mercado brasileiro. Lá fora, investidores aproveitaram as altas recentes para realizar lucros. Internamente, além da desvalorização dos contratos futuros, o recuo do dólar também pesou sobre os preços.

O analista Gil Barabach, da Safras & Mercado, preparou um material especial com perspectivas para a oleaginosa na próxima semana. Confira as dicas:

  • Sem muita novidade no relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as atenções se voltam, novamente, à propagação do coronavírus, às compras da China e ao avanço da safra na América do Sul;
  • O mercado encontra espaço para correções, devido aos exageros de baixa, e à aposta em compras chinesas para dar sequência aos ganhos;
  • O fundamental fraco (estoques e chegada de safra da América do Sul) deve continuar inibindo um avanço mais expressivo na curva de preço em Chicago;
  • O coronavírus continua se propagando rapidamente, o que explica a cautela dos investidores, e segue limitando o potencial corretivo dos mercados. Os operadores monitoram sinais de mudança no quadro, que poderia indicar a estabilidade na epidemia. E a partir daí traçar cenários mais efeitos sobre o impacto econômico. O fato, é que em meio ao aumento rápido de casos, o mercado deve continuar pessimista e especulativo;
  • Mesmo o dólar passando por leve ajuste, ainda assim sustenta boa parte do recente rally. A cena externa continua carrancuda, contaminada pelo coronavírus;
  • Já no mercado local, além da influência externa, também reflete o desempenho abaixo do esperado da economia no fim do ano passado e o forte fluxo de saída de capital. Isso acaba inflando o dólar, o que leva a moeda norte-americana a testar máximas históricas, e lógico abre oportunidades para fixação cambial;
  • No lado da demanda, o fato de a China ter comprado soja dos EUA na última semana, mesmo que timidamente, já gerou especulações, que alimentam a esperança de retomada de compras do país asiático no mercado norte-americano;
  • Expectativa é que o fluxo ganha mais ritmo a partir da segunda quinze de fevereiro e ao longo de março, e isso não só daria sustentação da posição maio de 2020 como abrira espaço para um avanço positivo acima de US$ 9 por bushel na Bolsa de Chicago;
  • Já os estoques altos nos EUA e no mundo devem servir como limitador das investidas de alta, inibindo ganhos mais expressivos;
  • Compras chinesas nos EUA, nessa época do ano, tendem a tirar demanda da América do Sul, especialmente do Brasil, o que deve jogar o prêmio para baixo (compensando ganhos em Chicago) e até pesar contra os preços no mercado físico interno;
  • No lado da oferta, a colheita brasileira ganha ritmo, apesar de alguns atrasos diante do excesso de chuva. A chegada da safra recorde de soja no Brasil deve pesar sazonalmente sobre Chicago, também ajudando a inibir um avanço mais expressivo nas curvas de preços;
  • A posição maio de 2020 mostra força técnica de curto prazo, em típico movimento de acomodação. O desafio de alta é buscar as linhas de 9,10 e 9,20 bushel. Na parte de baixo, atenção especial ao importante suporte em 9 bushel e ao fundo gráfico em 8,83 bushel;
  • O ajuste positivo em Chicago e o dólar ainda alto ofereceu sustentação aos preços no mercado físico, melhorando a situação para o vendedor. Mas é bom o produtor está ciente, que a soja só está nesse preço por conta do câmbio inflado;
  • Um dólar convergindo para a linha de R$ 4, como estava no começo do ano, tem um impacto significativo sobre o preço da soja;
  • Para aquele que colhe antes é uma oportunidade para fechar posição. A tendência é que com o andamento da safra, os preços voltem a cair, particularmente se confirmarem as compras chinesas nos EUA e o dólar perder um pouco de força.
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